A noite não lambe das ruas
A ruína do dia
Nem irrompem das trevas
seus próprios fantasmas rotos
de tédio e devaneio.
Porque ele não vem.
Por hora o medo
Apressa as coisas indevidas
E reabre túmulos deixados entreabertos
E murmura ruídos de puro horror
E exibe carcaças de barcos deixadas
À deriva.
E ele, que não vem.
E se viesse ele
E rasgasse os véus em destemor
E destravasse os ferros dos grilhões
E corrompesse as lógicas insanas
Roídas de rotina sem sofreguidões?
Mas ele não vem.
E porque ele não vem
O dia enfrenta seus mesmos velhos ocasos
E as naus são túmulos que
Já nem uivam degredos.
Tampouco jamais navegam.
Tudo é fantasma, medo e silêncio.
Porque ele não vem.
A ruína do dia
Nem irrompem das trevas
seus próprios fantasmas rotos
de tédio e devaneio.
Porque ele não vem.
Por hora o medo
Apressa as coisas indevidas
E reabre túmulos deixados entreabertos
E murmura ruídos de puro horror
E exibe carcaças de barcos deixadas
À deriva.
E ele, que não vem.
E se viesse ele
E rasgasse os véus em destemor
E destravasse os ferros dos grilhões
E corrompesse as lógicas insanas
Roídas de rotina sem sofreguidões?
Mas ele não vem.
E porque ele não vem
O dia enfrenta seus mesmos velhos ocasos
E as naus são túmulos que
Já nem uivam degredos.
Tampouco jamais navegam.
Tudo é fantasma, medo e silêncio.
Porque ele não vem.
(texto e imagem: Cecilia Cassal - Canal de Beagle - faro Les Eclereurs)
12 comentários:
Que blog bonito e inteligente. Faz nossa alma deslizar. Parabéns. meu blog é marthacorreaonline.blogspot.com
oi, Cecília
continuo te visitando e amando tuas poesias.
meu site mudou de endereço, se ainda não visitou, apareça:
mulherdesardas.blogspot.com
um beijo!
"O silêncio é a corda
que nos prende aos mastros,
a antena vegetal por onde
a vida se insinua,
universal e atenta."
(albano martins)
teus versos me remetem à melancolia dele.
beijo
fantasma
medo
silêncio
quando chegam, aportando naquilo que resta de nós
somos margem
e farol.
por isso te coloquei no Casa entre os meus iguais na tragédia, foi por poemas como esse...
olha, quanto ao Aço e Nada, apesar de ansioso pelas tuas 1000 palavras, não precisa apressar-te :)
beijo
nossa que perfeiçao
um dia escrevo assim hehehe
o dia continua, com seus ocasos
e por ele nao vir
tudo permanece praticamente como esta
adorei a poesia
Mas o dia que ele vier, sera por inteiro.
Bjs
O que importa mesmo é que o poema sempre "te vem", e como vem bem;)
passando sempre por aqui, adoro tudo sempre,
*fiz poema "iluminada pelo eclipse", postei lá no blog, espia!
bjo!
dois grandes momentos: tua poesia, e a terra do fogo, que é fascinante. bela construção poética, escrita densa, Cecilia. - ano passado retornei à terra do fogo e patagônia, que habitam minha alma. o farol, que vi pela primeira vez em 96, é algo, pois logo depois é mar e mar até a Antartida. Obrigado, por tudo e por me trazer mais uma vez uma região que não esqueço nunca. beijo.
O farol é uma imagem inesquecível em nossas vidas e tuas palavras têm vida própria aqui. Ótima semana. Abraço, Meriam
Que sintonia é essa de alma que nos torna tão sentimentalmente semelhantes?
Tamancada na gengiva e com salto agulha!
O nome diz-me Catalunia, onde se fala o Ladino (Catalão) dos Sefarades. Não escreves, sentes e transmites, bem.
Ja postei uma msg, ha tempos. Nem lembro o que dizia mas ficou-me na memoria, o fato.
Quem sabe a gente não se cruzou no NAVAL do Mercado.....Quem sabe.Por enquanto ficaremos por aqui, de vez em quando. Lêr é ja um prazer...
O Mundo é tão pequeno. Como a maioria de suas almas....
Ha exceçoes. E bruxas. Yo no creo en ellas, pero que las hay las hay...
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