domingo, junho 21, 2009

Desencontros

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Por ser o Amor previsível e cordato

na noite fria esperara-o

a pimenta vermelha decorando

a flor de ervilhas do prato.


Mas porque também se mostrava

renitente e um pouquinho inexato

o Amor naquela noite

demorou-se a decidir.


De modo que - tão logo

ele tinha chegado -

ela acabara de sair.

(Texto: CeciLia Cassal - Imagem: Carlos Costa Branco)

4 comentários:

Paulo Bentancur disse...

Putz, poeta, que capacidade inenarrável de flagrar os movimentos (tão precários e tão exuberantes) da busca do afeto que todos temos.

E que arquitetura a deste poema, hem. Coisa de quem já escreveu 2.000 poemas e acercou, no mínimo, 1.500, rsrsrsrs.

Beijo grande do teu leitor. E tu, com a língua portuguesa sempre viva. Viva graças à tua arte.

Luciane Slomka disse...

Delicado e lindo, como tu.

Rubens da Cunha disse...

Essa música é a minha preferida. acompanhada desse teu poema... ficou ainda mais linda...

gosto muito desses diálogos...

abraços
Rubens

Dalva M. Ferreira disse...

Entendi...