Volto como volta o vento frio da cordilheira:
sem estação, sem paradeiro, sem destino conhecido.
Meu nome é incerteza.
sem estação, sem paradeiro, sem destino conhecido.
Meu nome é incerteza.
Mas de dentro do dentro dela,
Atraiçôo meu próprio nome: sempre volto.
Fiel como volta à amada um cormorano ilhéu.
Há um minuto era somente calidez de sol
sobre a neve. E eis que volto.
Atraiçôo meu próprio nome: sempre volto.
Fiel como volta à amada um cormorano ilhéu.
Há um minuto era somente calidez de sol
sobre a neve. E eis que volto.
Antes que me percebam pelas velas recém-enfunadas
ou pelas frestas das janelas uivando-me à passagem,
reapareço.
Clandestino através das vestes,
ou pelas frestas das janelas uivando-me à passagem,
reapareço.
Clandestino através das vestes,
enrijeço os bicos dos seios das mulheres
e as mãos artrosadas dos velhos.
Porque é do vento voltar e debandar
feito ave migratória para os confins do mundo,
sempre volto.
Fiel como um cormorano em uma bahia gelada,
Eu volto.
Porque é do vento voltar e debandar
feito ave migratória para os confins do mundo,
sempre volto.
Fiel como um cormorano em uma bahia gelada,
Eu volto.
(Imagem e texto: Cecilia Cassal. Cormorães em Bahia Lapataia)
9 comentários:
Que bela foto e que poema intrigante...me soprou leve e carinhosamente os ouvidos,
bjo
*estarei no "Pão e poesia" doutora;)
Se me permite dizer,
Parece um diário de bordo
Preenchido por arabescos
Vento e ecos sentidos
De tão bela viagem
Às incertezas de si mesma
Belo retorno.
Bom findi,
Meriam
Cecilia, quando puder dá uma olhadinha no VERDE:
http://recantodasletras.uol.com.br/autor_textos.php?id=33436
Abraço,
Meriam,
lindo o poema, fiquei simplesmente encantada com as imagens que antes viste (entreviste?). Obrigada, de coração, pela dedicatória. Fica com Deus. Beijo, Cecilia
Quem quiser ler e entender meu orgulho, vá em http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdedicatorias/853626
Eu volto.
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Uma certeza, que pode ser uma incerteza.
fica bem.
Felicidades.
manuel
Voltar e voltar. Mesmo que não se saiba para onde. Ou que se saiba que nunca voltamos, porque nunca somos os mesmos, nem os lugares, nem as coisas. Tuas palavras me mastigam devagar. beijo
feliz com teu belo retorno à escrita e ao convívio entre nós. abraços, CeciLia.
Essa aqui não é prá qualquer um não. É daquelas que se saboreia sentada, olhando o ocaso e pensando o passado.
Um abração!
E eu que conheci pessoalmente esta prestidigitadora das palavras!
Há tanta doçura na pessoa - e nos versos, que fazem a gente levitar como se realmente estivesse ventando!
Beijos!
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