sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Riquezas

Trabalho forte
e sempre para não ter
de acumular riquezas.

(quase sempre sou
ávida nas chegadas
e plena nas despedidas)

Há um cansaço que
não se dobra
nem se amarfanha
no fim das tardes.

(são sempre
os lençóis depois, bem depois,
a apacentarem-me as dores)

Luxo é resgatar
- ao diabo -
a alma hipotecada.

(imagem e texto: Cecilia Cassal - Mercado Público, Santiago do Chile)

7 comentários:

Dalva M. Ferreira disse...

Estou aqui... mesmo muda, estou aqui, lendo e querendo ter escrito isso.

meriam disse...

Será que um dia nos livramos dessa hipoteca? Trabalhar é o que nos acompanha mais tempo em nossa vida. E é bom! Beijos, Meriam

Anônimo disse...

a dedicação a este luxo tem se dado sobretudo com o esforço de não acumular riquezas, nem pobrezas, nem avarezas... assim, o cansaço de viver tem se mostrado mais leve. 1 bj.

Vânia D.M.Soares disse...

Querida, me fazes pensar!àrduo é o trabalho que temos a fazer para que nossa alma não se torne hipotecada.Sempre me ensinando hem?
bjs

Rubens da Cunha disse...

êta, que mais luxo ainda é ler um poema como esse.

abraços

Priscila Lopes disse...

Luxo, mas luxo mesmo, é um poema como este - esta tua escrita. O resto é lixo.

Apareça no Cinco Espinhos e conheça nosso Projeto.

Anônimo disse...

Poesia com P maiúsculo, imagens certeiras e definitivas e uma imagem de uma cidade que me encanta: Santiago. uma cidade que mexe com tudo o que sou e aprendi. Belo, Cecilia. beijo.