quarta-feira, dezembro 28, 2005

Peneira




Descobri que não sei escrever sem a peneira dos teus olhos.

É ela quem silencia o excesso de luz e filtra o tom do que preciso dizer.
Descobri que não consigo prescindir da força da tua voz.
Mesmo quando fere, a tua voz. Mesmo quando me toma
de alguma insensatez em dias desavisados de estio,
a tua voz, e ela sempre me toma. Mesmo quando
- ouvidos corrompidos - imagino ter perdido todos os significados.
Resignifica de um todo, a tua presença de olhos e voz.

Nada deveria precisar ser dito. Ainda assim, preciso tanto.

2 comentários:

Ricardo disse...

Me identifiquei muito com o texto... que coisa linda...

Warum Nicht? disse...

preciso tanto
ouvir
teu dito preciso...
.
um beijo!